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Sheminí Atzéret  /  Simchat Torá 

5785 / 2024

22 a 23 de Tishrê  /  23 a 25 Outubro

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SHEMINÍ ATZÉRET

 

Sheminí Atzéret, a “Reunião do Oitavo Dia”, vem logo depois dos sete dias de Sukot. Lemos na Torá: “Por sete dias vocês oferecerão sacrifícios queimados para o Eterno. O oitavo dia será para vocês um dia de convocação sagrada...” (Levítico 23:36

Depois de sete dias, os judeus deixavam as sukot (tendas) e se envolviam em um oitavo dia de orações. Com o tempo, passaram a recitar neste dia uma prece pelas chuvas, por um ano de boas colheitas.

Sheminí Atzéret é um feriado em si mesmo. Embora compartilhe rituais de Sukot, há diferenças, entre elas: 

– A oração sazonal morid hatál (da queda do orvalho) é substituída pela oração morid haguéshem (da queda das chuvas).

– Não se balançam as quatro espécies (luláv, etróg, hadás e aravá) na suká nem se recita a bênção Leishêv baSuká (de habitar a suká).  

– Na sinagoga é feita a oração de Yizkor, em memória dos falecidos. 

Em Israel e nas sinagogas liberais/reformistas, Sheminí Atzéret ocorre no mesmo dia de Simchát Torá, a Festa da Alegria da Torá. 

Fora de Israel, nas sinagogas mais tradicionais, Simchát Torá acontece no dia seguinte. 

  

SIMCHAT TORÁ  

Simchát Torá celebra o fim e o reinício da leitura da Torá: lemos o final do Deuteronômio (quinto livro) e, em seguida, o início do Gênesis (primeiro livro). O feriado foi instituído no séc. XI, há quase mil anos. 

Há diversas formas de se comemorar o feriado festivo. Comumente são feitas aliot – muitas vezes coletivas, com homens, mulheres e crianças – para se ler o final e, em seguida, o início da Torá. 

Nas sinagogas liberais, chama-se para a aliá de conclusão da Torá o Chatán Torá (noivo da Torá) ou a Kalát Torá (noiva da Torá). Já para a aliá de início da leitura da Torá, chama-se o Chatán Bereshit (noivo do início da Torá) ou a Kalát Bereshit (noiva do início da Torá). 

Outra prática comum é montar uma Chupá sobre a bimá (mesa de leitura da Torá) sob a qual são feitas as aliot. A Chupá, tradicionalmente uma tenda nupcial, simboliza aqui a união entre Deus e o Povo Judeu, cujo principal documento sagrado é a Torá.

Além das leituras festivas na Torá, costuma-se realizar hakafót, ou seja, caminhadas festivas pela sinagoga (em Israel há hakafót na rua, do lado externo da sinagoga). A cada Hakafá todos os presentes cantam e dançam enquanto carregam os Rolos da Torá. 

 

Ciclos de Leitura da Torá 

Antigamente, em Israel, os judeus seguiam um ciclo de leitura da Torá de 3 anos e meio; já na Babilônia (atual Iraque) seguiam um ciclo de um ano. No séc. VIII a maioria adotou o sistema de um ano.

Hoje há diversos costumes. Nas sinagogas mais tradicionais é realizada a leitura completa de cada parashá da semana. Em boa parte das sinagogas conservadoras e reformistas, a leitura é dividida em 3 anos: no primeiro ano é lido o primeiro terço da porção semanal, no segundo ano o segundo terço e no terceiro ano o terceiro terço. 

Há também muitas sinagogas liberais – em sua maioria reformistas, reconstrucionistas e Jewish Renewal – nas quais se lê trechos menores da parashá no Shabat, destacando-se uma passagem em especial e/ou realizando menos aliot do que as sete tradicionais. Mas todas estão na mesma porção semanal – com pequenas diferenças ao longo do ano entre as congregações tradicionais na Diáspora (fora de Israel), por um lado, e as congregações reformistas e em Israel, por outro.

Rabino Uri Lam

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